
Sofre em silêncio
Cala as dores na serenidade da madrugada
Chora as dores da perda
Lamenta as faltas constantes de amor
Não vê luzes adiante
Só se entrega ao pavor
Arranca dia a dia uma pétala de sua flor
Sangra o escárnio da guerra humana
Vê e lamenta
O filho perdido, a alma vendida
O horror do amanhecer
E no ventre negro da manhã
Nasce novamente uma sombra
A sombra que levanta o coração
As culpas de ser mais uma vez
Um só
Um único ser supremo
Uma dor constante
A culpa de fazer viver novamente o amor
Aquele infiel, cruel
Aquele mau, mortal
Animal, sedutor
O Amor que tudo vê, que nada crê
A doença crua e nua de um anjo sereno, letal
Valdoir Canto
Nenhum comentário:
Postar um comentário